Por: Denise Alves
“Ordeno-lhes, em nome do
Senhor, que leiam esta carta a todos os irmãos” 1 Ts. 5.27
No ano de comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante cabe um
lembrete, senão um alerta e quem sabe uma exortação: valorize o acesso à
bíblia.
Porque há não mais de 500 anos uma pessoa normal do povo não poderia
lê-la livremente – na verdade em alguns lugares do mundo ainda não podem, mas
isso não se aplica a você que me ler agora. Uma série de revoluções, sempre
marcadas com muito sangue, foram necessárias para que esse livro hoje presente
na cabeceira de tantos hospitais e presídios pudesse ser usado como adorno de
muitas salas de estar – não foi para isso que se lutou!
Primeiro houve uma série de lutas para que o texto sagrado fosse
traduzido para língua comum do povo, algo tão simples hoje, não o era até bem
pouco tempo. Originalmente escrito em hebraico, aramaico, grego e latim, em uma
época de quase total analfabetismo, ter conhecimento acerca do que estava
contido naquelas páginas, era algo praticamente mítico – reservado apenas os
sacerdotes, homens representantes de Deus na terra e cabia a eles, e somente a
eles, revelá-la ao demais seres humanos.
Note que, em tempos de alto índice de analfabetismo, somado ao elevado valor
monetário do exemplar bíblico, tal intermediação, como podemos ver no texto de
Paulo aos cristãos de Tessalônica, era necessária para que o conteúdo da
Palavra de Deus pudesse chegar ao maior número possível de pessoas. Mas nunca
esteve implícito que somente os líderes detivessem o acesso à bíblia – até
então não compiladas, apenas cartas circulares.
A ideia presente nesse versículo da carta aos tessalonicenses “Leiam esta
carta a todos os irmãos” expressa o macro desejo de Deus de ser conhecido por todos,
de que sua revelação esteja ao alcance de todos – de modo fácil compreensível –
para que até mesmo as criancinhas a possa entender (Lucas 10:21). A ordem de
difusão da Verdade se baseia no princípio de salvação universal, disponível e
acessível a todos. (Atos.17.27: para que tateando O pudessem encontrar).
Deus nunca desejou a segregação, a separação intelectual no meio do seu
povo, o conhecimento limitado, restrito; antes sempre trabalhou pela difusão,
fácil compreensão, não foi por acaso o uso literário da parábola para o ensino
utilizado por Jesus.
Hoje temos a sua Palavra traduzida, impressa a preço acessível,
disponibilizada gratuitamente na internet, temos a carta que Deus escreveu para
nós ao nosso alcance. Não a despreze, pois há 500 anos muitos desejaram ter/ver
o que temos hoje e não puderam (Mt 13.17). Em respeito a eles, em cumprimento à
Palavra, para seu próprio benefício, Leia esta carta.
Que possamos celebrar os 500 anos da Reforma valorizando a sua base, a
Bíblia, a revelação, a Verdade, pois a conhecendo nos libertamos, e para ela
nos voltamos, para de fato, termos a Vida em nós.
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